Bom dia!
Duas semanas atrás me ofereceram um freela de jornalismo e eu aceitei provavelmente embalada pela empolgação de ter acabado de lançar esta newsletter. Foi uma experiência interessante em vários sentidos, mas principalmente porque eu não sabia se ainda gostava ou tinha a capacidade de escrever uma reportagem extensa depois de ter passado meus últimos anos de redação bem mais focada em edição e estratégia de conteúdo (spoiler: eu gosto!). Foi um pouco dolorido no começo, pensei em desistir e exagerei em todas as etapas do processo de apuração, mas saiu. Estou contando isso porque, desde então, ando tentando retomar o ritmo do sabático, mas parece que meu corpo, por ter sentido a dopamina do trabalho e do esforço, está achando que precisa disso de novo, o tempo todo e de qualquer jeito. E eu sei que isso é uma armadilha criada por mim para mim mesma.
Dito isso, tentei e tentei, mas não consegui escrever um texto para hoje. Além de não ter feito nada que rendesse algum grande insight recentemente, todos os assuntos da minha lista de possíveis temas exigiriam uma força mental maior do que eu estava disposta a aplicar nesta semana pós-entrega do freela.
Para hoje, então, resolvi apelar para um clássico das newsletters: uma lista/diário de coisas que li, vi, comi, fiz e pensei + atualizações da vida da última semana, que inclui meias antiderrapantes, um novo browser e vários links (quem leu o texto #2 vai ter que me desculpar pela contradição). Se ficar legal, pode ser que eu inclua uma versão desse “vlog escrito” (sendo o vlog um blog filmado?) no fim das newsletters regulares ou faça um maior uma vez por mês, quem sabe…
Sem mais enrolação, vamos a ele:
Vlog escrito #1
Na segunda de manhã, dediquei mais horas do que eu deveria a este texto, que fala sobre a “millennial pause". Basicamente, uma garota fez um TikTok dizendo que é possível reconhecer um millennial porque eles (nós) esperam 1 segundo antes de começar a falar em um vídeo para ter certeza de que a câmera está gravando. Eu nem sei como começar a elaborar algo sobre isso, mas já adicionei à minha gigantesca lista de tópicos que um dia gostaria de transformar numa dissertação sobre como esse vício em definir as pessoas por gerações saiu completamente do controle e virou um surto coletivo que está nos destruindo 😪
Na segunda à tarde, tive que ir ao shopping e aproveitei a promoção desta loja para comprar meias antiderrapantes de cano curto. Obviamente isso não é um publi, mas achei útil compartilhar porque nunca tinha visto meias antiderrapantes que não fossem estilo sapatilha para fazer atividades físicas (e eu odeio essas porque elas ficam saindo do pé bem quando você está tentando se equilibrar).
No fim do dia, li todas as minhas newsletters atrasadas e acabei descobrindo um universo enorme de mulheres escrevendo newsletters no Substack, o que me deixou animada e meio ansiosa porque fiquei com vontade de assinar todas (mas quantas newsletters um ser humano pode assinar sem explodir?). Uma que de fato assinei foi a da Cristal Muniz, que eu acompanhava na época do blog Um Ano sem Lixo, e gostei muito mesmo desta edição em que ela relata como se enxerga atualmente na questão de “hábitos sustentáveis”.
Na terça, finalmente li este texto da Paris Review sobre casamento aberto que tinha visto um monte de gente falando sobre no Twitter. Fiquei tocada pela forma crua e sensível que ele foi escrito.
Na quarta de noite, comi uma sobremesa na Barú Marisquería que amei (apesar dela corromper minha tentativa de diminuir glúten e lactose por causa da endometriose). Pela foto não daria muito, mas ela envolve um bolinho, marshmallow, abacaxi, manga, leite condensado, enfim tudo o que há de bom. Mas com certeza ter a companhia de dois amigos para dividir fez ela ficar ainda mais gostosa. Recomendo as duas coisas!
Na quinta de manhã, me deparei com um tweet da Gabi Oliveira indicando o vídeo abaixo sobre quitar um financiamento de 30 anos em 3 anos e me pareceu utilidade pública, algo que todos deveriam saber mas que não querem que saibamos. Bom, pode ser que você já saiba, mas pelos comentários eu não estava sozinha na ignorância. Eu não tenho um financiamento no momento, mas, se você tiver, pode ser que isso te ajude (e você agradeça o moço do vídeo e a Gabi Oliveira pelo resto da vida!).
Na quinta à noite, voltei a ler How to do Nothing, da Jenny Odel e, pesquisando mais sobre toda a questão do trabalho x descanso, caí neste texto que achei absolutamente incrível. Ele foi escrito por Sunny Taylor, uma mulher com deficiência que logo no primeiro parágrafo diz que não trabalha, não acha que isso é errado e é feliz por não trabalhar. A leitura foi especial pela possibilidade que nos é dada de imergir nas especificidades da vida dela, mas também pelas ideias que ela defende sobre trabalho para toda a sociedade. Ela diz: “A cultura ocidental tem uma ideia muito limitada do que é ser útil para a sociedade. As pessoas podem ser úteis de outras maneiras que não monetariamente. As pessoas com deficiência precisam encontrar significado em outros aspectos de suas vidas e esse significado ameaça o sistema de valores de nossa cultura. Embora a educação, a legislação e os desenvolvimentos tecnológicos possam trabalhar para nivelar o campo de emprego para alguns indivíduos com deficiência, devemos ter em mente insights fundamentais da teoria econômica marxista, particularmente a teoria da mais-valia, que determina que lucros mais altos resultam da capacidade de pagar menos pela força de trabalho do que o valor gerado pelo trabalhador. A mesma regra que muitas vezes exclui as pessoas com deficiência do local de trabalho tradicional também explora as pessoas sem deficiência que não têm outra escolha a não ser participar.” Só depois que terminei, vi que o texto foi escrito há quase 20 anos, mas continua atual.
Sexta de manhã, ri muito desta troca de mensagens porque ela concretizou um dos meus grandes medos, que é decepcionar dentistas, cabeleireiros, professores, terapeutas etc. Todo mundo sempre me diz que essas pessoas são profissionais e vão entender caso eu queira/precise ser atendida por outra pessoa, mas não é bem assim!!
No sábado, passei o dia jogando. Se você pensou em The Sims, estou aqui para surpreender: agora passei de construir casas para criar cidades e estou obcecada por Cities: Skylines. O que tem totalmente a ver com o tema porque Cities: Skylines é o novo Sim City e Sim City foi o prelúdio de The Sims na minha vida.
Durante a semana toda, testei (ainda estou testando na verdade) um novo browser que o Lucas me apresentou chamado Arc e estou amando! Espero que ele continue firme e forte. Por enquanto, é só pra MacOS e precisa se cadastrar no site para receber um convite.
Meu look preferido da semana foi calça verde com suéter verde que usei para ir no jantar com amigos na quarta. Eu postei no Instagram na semana retrasada o look da esquerda falando que estava tentando usar calça colorida e acho que descobri a fórmula ideal para mim, que é ser mais ou menos monocromática. Eu sempre tentei usar calça colorida com camiseta preta ou branca, mas nunca achava que ficava bom e agora usando os mesmos tons sinto que funciona. Ps: eu sei que chamar esta calça de colorida é quase uma ofensa para quem realmente usa cor, mas é bastante pra mim!!)
É isso! Nos vemos semana que vem (espero que) com um texto sobre algo interessante. Caso você tenha perguntas ou também queira compartilhar boas descobertas/coisas legais que fez durante a semana, vou adorar ler nos comentários!
Bom domingo e obrigada pela companhia 💌
Nathalia
Você é genial, sabia? Se você tivesse uma newsletter diária, eu fatalmente estaria ali 24/7.
Dúvida: como você organiza suas plataformas de artigos, notícias, favoritos? Me deparo com tantos textos legais por aí, mas nunca consigo me organizar para ter uma rotina e voltar pra lá pra ver o que saiu de novo!
Comentário: não me senti ofendida pelo "colorido" da sua calça só porque eu te conheço e te amo kkkk <3
Adorei seus looks monocromáticos “colorido” boa pedida!
Gostaria de ler sobre como você controlaria seu Tempo montando uma tabela de horas gastas com suas atividades cotidiana. É um experimento que me surpreende quando vejo os números da tabela demonstrar o porquê da falta de tempo! 🤔